Patrocínio, conhecido como “Tigre da Abolição”, ganhou uma estátua em tamanho natural no corredor cultural que o presidente da Câmara, Edson Batista, inaugurou na oportunidade.
O descerramento da estátua foi emotivo. O público presente se colocou em volta da estátua, e aplaudiu bastante.
Dois alunos do Colégio Estadual José do Patrocínio participaram da homenagem com uma música e um poema. Em seguida, no plenário, a professora Heloísa Manhães proferiu uma palestra sobre a história de Campos e de Patrocínio.
Além de Heloísa, a atriz e pedagoga Neusimar da Hora, a professora e ex-diretora do Colégio José do Patrocínio, Rose Belmont, e o pesquisador e escritor Mário Barreto Menezes receberam uma comenda por suas atuações contra a discriminação racial. “Depois de 15 anos vivendo fora da minha cidade, voltar e receber essa homenagem, me deixou muito feliz”, disse Rose, que hoje reside em São Francisco de Itabapoana.
Em seu discurso, Edson Batista disse que a Câmara vai prestar uma homenagem também à mãe de Patrocínio, dando o seu nome a uma das ruas da cidade. Justina Maria do Espírito Santo era escrava e seu pai, padre João Carlos Monteiro, que não o reconheceu. O vigário João Carlos é nome de uma rua atrás da Catedral Diocesana “Não vamos deixar a mãe de Patrocínio no limbo da História, iremos também homenageá-la. O dia de hoje deve ser de reflexão para que o modelo de sociedade excludente que vem desde a escravidão não seja reproduzido entre nós. Uma sociedade com barões e seus casarões, de um lado, e milhares de excluídos, de um outro”, disse o presidente.
Ele afirmou ainda que o corredor cultural terá bustos de outras personalidades campistas, como ocapitão Ricardo João Kirk, que era campista e patrono da Aviação do Exército Brasileiro, Saldanha da Gama, Benta Pereira, Carlos de Lacerda, entre outros. “Temos, sim, que preservar nossa memória porque temos uma história rica e as novas gerações precisam saber disso”.
Representando a Loja Maçônica Dignidade e Justiça, Joanes da Silva, parabenizou a Câmara pela homenagem, que considerou justa. “Patrocínio foi um filho ilustre que simboliza o significado da palavra liberdade. A sociedade ainda exclui uma parcela importante da sociedade e a maçonaria vai continuar apoiando todas as formas de preservação dos direitos humanos”.
Já a professora Heloísa Manhães disse que a memória de Campos está começando a ser construída. Ao relatar a história de Patrocínio, ela contou que ele teve grandes amigos, como Olavo Bilac, mas também inimigos. “Foi um expoente da História do Brasil”.
Valorização da escola - Neusimar, que cantou um hino em homenagem a Patrocínio, falou da importância que o Colégio José do Patrocínio, onde estudou, teve em sua vida. “Aprendi o hino na escola com três professoras de música. Valorizem a escola e os professores”.
Mário Menezes ressaltou que a escravidão sempre existiu entre os povos. “Os hebreus foram escravizados. Os palácios no Império Romano, as pirâmides do Egito foram construídos pelo trabalho escravo. E o bicho homem sempre procurou explorar seus semelhantes. E a escravidão é a maior mancha que o Brasil carrega até hoje”, concluiu o pesquisador.
Fonte: Site: Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes




















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