E nessa pesquisa separamos uma em especial, onde a história nos mostra a vinda da filha do Getúlio Vargas a Barra do Itabapoana
acompanhada por seu esposo Amaral Peixoto, para participar da
inauguração da Tipity.
Alzira Vargas do Amaral Peixoto, em solteira Alzira Sarmanho
Vargas, nasceu em São Borja (RS) no dia 22 de novembro de 1914, filha de
Getúlio Dornelles Vargas, que viria a ser presidente da República de
1930 a 1945 e de 1951 a 1954, e de Darci Sarmanho Vargas.
Com a vitória da Revolução de 1930 liderada pelo pai, e com a posse
deste na chefia do Governo Provisório (03/11/1930), transferiu-se para o
Rio de Janeiro.
Arquivista particular do pai desde 1932, em janeiro de 1937, quando
cursava o último ano da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, foi
oficialmente nomeada auxiliar de gabinete, passando a integrar o
Gabinete Civil da Presidência da República. Em 1939, durante o Estado
Novo (1937-1945), casou-se com o interventor federal do estado do Rio de
Janeiro, o oficial de Marinha Ernâni Amaral Peixoto, com quem teria uma
filha. Ao lado dele, atuou como mensageira entre Vargas e o presidente
americano Franklin Roosevelt, realizando várias viagens aos Estados
Unidos.
Com o enfraquecimento do Estado Novo e o início da redemocratização,
Alzira foi uma das articuladoras do Partido Trabalhista Brasileiro,
fundado em maio de 1945. Em 29 de outubro, Getúlio foi afastado do poder
por um golpe militar. Conseqüentemente, Amaral Peixoto, a exemplo dos
demais interventores, deixou o governo do Estado do Rio. Após o retorno
de Vargas à presidência e do marido ao governo fluminense no pleito de 3
de outubro de 1950, Alzira voltou a assessorar o pai, vindo a exercer
papel de relevo na crise político-militar de 1954, que culminou com o
suicídio do presidente. O assassinato do major Rubens Vaz, em 5 de
agosto, em atentado na rua Toneleros, cujo alvo era o jornalista
oposicionista Carlos Lacerda, foi o estopim dessa crise, agravada quando
o inquérito policial revelou o envolvimento de membros da guarda
pessoal de Vargas. Pressionado por generais e brigadeiros, Vargas marcou
uma reunião extraordinária do seu ministério para a madrugada do dia
24.
Alzira e Amaral Peixoto participaram da reunião. Nesse encontro, Alzira,
divergindo da posição do ministro da Guerra, general Zenóbio da Costa,
defendeu a permanência do Vargas no poder, baseada em informações de que
a oposição ao presidente entre os militares não era tão ampla como se
divulgava. Ao final da reunião, Getúlio decidiu licenciar-se da
presidência temporariamente. Em seguida, Alzira procurou o pai em seu
quarto, encontrando-o em companhia do seu tio Benjamim Vargas. O
presidente mostrou a ambos a chave de um cofre, advertindo-os de que,
caso lhe acontecesse algo, deveriam retirar dali alguns valores e papéis
de importância.

De manhã, Alzira recebeu um telefonema do general Ciro do Espírito Santo
Cardoso em que este lhe comunicava que os generais haviam decidido que a
licença de Vargas deveria ser definitiva. A conversa telefônica foi
interrompida quando alguém avisou-lhe de que Vargas se suicidara. Nessa
mesma manhã, Alzira abriu o cofre e dele retirou, entre diversos papéis,
duas cópias do que passaria à história como a Carta-Testamento.
Em 1955, Amaral Peixoto deixou o governo fluminense e em 1956 foi
nomeado embaixador nos EUA. Alzira seguiu com o marido para Washington,
onde permaneceu até 1959. De volta ao país, publicou em 1960 a biografia
Getúlio Vargas, meu pai. Em 1973, doou os arquivos de seu pai, que
começara a organizar na década de 1930, ao Centro de Pesquisa e
Documentação de História Contemporânea do Brasil (Cpdoc) da Fundação
Getulio Vargas (FGV).
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 26 de janeiro de 1992.
O arquivo de Alzira Vargas do Amaral Peixoto encontra-se depositado no Cpdoc.
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