A Noruega será o primeiro país do mundo a acabar
definitivamente com o rádio analógico. A partir de janeiro de 2017, o
país nórdico passará a transmitir somente em formato digital; nada mais
de AM, nem FM. Aqui no Brasil a história é outra. Estamos alguns passos
atrás. A discussão sobre rádio digital existe, mas o movimento principal
por aqui ainda é de migração do AM para o FM... Ou seja, no Brasil, o
rádio ainda vive no mundo analógico.
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O formato AM – amplitude modulada – tem maior alcance,
porém menor qualidade; já o FM – a frequência modulada – apresente
cobertura menor, porém mais robusta. Ou seja, o FM oferece melhor
qualidade de áudio e a capacidade de se ouvir em trânsito sem grandes
interferências. As emissoras com programação focada em música, e
inclusive as que transmitem jogos de futebol, buscaram no FM uma
qualidade melhor e, assim, mais aceita pelo ouvinte atual.
Assim como o AM e o FM, a transmissão digital é feita
através de ondas; a principal diferença é o que se coloca dentro desta
onda. Cada emissora transmite sua programação dentro da faixa de
frequência que lhe pertence – esta onda chega aos nossos aparelhos de
rádio e recebemos o sinal; seja ele analógico ou digital. No digital, a
novidade é que o que essa onda carrega é um pacote de dados que, ao
chegar no rádio com receptor digital, é transformada em áudio para que
possamos ouvir.
A principal vantagem da transmissão digital, claro, é
em relação à qualidade do áudio. Com ela, o AM passaria a ter qualidade
equivalente ao FM atual e o FM passaria a ter qualidade de CD – ou seja,
digital. Mais do que qualidade superior, a transmissão digital também
permite o envio de dados; em um rádio com receptor digital, o ouvinte
poderia receber informações como nome da música, do artista e até
promoções exclusiva daquela emissora.
Agora, vamos aos problemas. Por que será que ainda não
temos rádio digital por aqui?!... As dificuldades de implantação
envolvem questões práticas e técnicas. Existem pelo menos quatro
formatos de rádio digital mundo afora: um americano, dois formatos
europeus e um formato japonês. Todos funcionam perfeitamente bem em suas
respectivas regiões, mas infelizmente nenhum atende às necessidades do
Brasil.
Outro problema são as rádios piratas. Enquanto no
rádio analógico uma interferência produz um chiado na transmissão, no
rádio digital, qualquer interferência maior simplesmente interrompe
completamente a transmissão – nem o chiado se ouve...
Não para por aí; como em quase tudo no Brasil,
dinheiro é outro problema – e dos grandes. Cerca de 50% das emissoras
brasileiras possuem parque técnico com mais de 40 anos de uso – é
brincadeira? Para migrar para a transmissão digital, seria preciso
trocar praticamente toda estrutura de transmissão da emissora...
Testes com transmissão digital no Brasil ainda
mostraram que a cobertura das antenas digitais tem uma limitação física
maior do que as analógicas. Assim, não seria possível atingir a mesma
cobertura da transmissão analógica com o mesmo número de antenas. O que
isso significa? Mais dinheiro...
Resultado dessa situação? No Brasil, o rádio online –
distribuído pela internet – chegou na frente. À medida que cada vez mais
pessoas possuem dispositivos móveis conectados e a infraestrutura de
banda larga móvel do país melhora, mais gente aproveita para curtir as
rádios online ou os serviços de streaming de música. Ou seja, existem
boas chances do rádio digital brasileiro não passar de projeto. O tempo
dirá.
Fonte:http://olhardigital.uol.com.br
















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